1. A Reconquista (Vigo, 1809): levantamento popular que se produziu no dia 28 de março de 1809 em Vigo e que conseguiu expulsar as tropas napoleônicas da cidade. Estes factos, que se celebram anualmente na chamada Festa da Reconquista, servem de exemplo para explicar o importante papel jogado polo povo galego na expulsom dos invasores franceses, a qual, foi completada em junho desse mesmo ano. As guerrilhas e os seus líderes como Pablo Morillo ou Bernardo González (conhecido como Cachamuinha) convertêrom-se em mitos populares e som lembrados ao longo da Galiza em diversas celebraçons festivas. A expulsom das tropas napoleônicas (num momento em que o mandatário francês se encontrava numha situaçom de extraordinária fortaleça) marca a entrada do nosso país na Idade Contemporánea.
Para saber mais sobre a luita contra a invasom napoleônica em Galiza recomendamos o livro de Ramón Villares Historia de Galicia, editado por Galaxia.
2. Pascual Veiga (Mondonhedo, 1842 – Madrid, 1906): compositor da música do hino galego. Os Pinos foi apresentado (por Eduardo Pondal e polo próprio Pascual Veiga) num certame musical em 1890. A sua origem encaixa num contexto histórico (1870-1914) que se caracterizou pola produçom maciça de tradiçons e símbolos de carácter nacional em Europa. Em comparaçom com outras naçons europeias, o hino galego nom apareceu dumha forma serôdia. Deste jeito, foi criado pouco depois dos de Dinamarca (1840), Itália (1846) e Noruega (1864), e mesmo antes que os de Portugal ou Irlanda. Ao igual que outros símbolos galegos (como a bandeira) o Hino deve-lhe às comunidades de emigrantes o seu êxito e popularizaçom. Foi estreado o 20 de dezembro de 1907 na cidade da Havana (Cuba).
Para saber mais sobre Pascual Veiga, Eduardo Pondal e a construçom dos símbolos da Galiza recomendamos o livro de Xosé Ramón Barreiro Fernández e Ramón Villares Os símbolos de Galicia, editado polo Conselho da Cultura de Galicia e que pode descarregar-se na seguinte ligaçom: http://consellodacultura.gal/mediateca/extras/CCG_2007_Os-simbolos-de-Galicia.pdf [Última visita: 29/03/2021].
3. Fuzilamento dos mártires de Carral (1846): execuçom de 12 militares progressistas que protagonizaram a chamada Revoluçom galega de 1846. Os fuzilamentos, que tivérom lugar no concelho de Carral, na paróquia de Santo Estevo de Paleo, o dia 26 de abril do citado ano, forom interpretados em chave galega, desde finais do século XIX, por parte de diversos pensadores regionalistas. No século XX, os militares executados em Carral, passárom a ocupar um lugar de honra dentro do imaginário nacionalista galego, graças aos membros das Irmandades da Fala. As Irmandades, apropriárom-se deste fito histórico para criar a ideia de que os mártires de Carral se alçaram em contra do poder castelhano, para defender as liberdades da Galiza. Isto supom umha clara manipulaçom do passado em funçom dos interesses do presente, dado que o levantamento de 1846 foi um pronunciamento militar progressista, dirigido polo coronel Solis, para fazer cair o governo central, que estava ocupado, naquela altura, polo general Narvaez. Com todo, o fracasso do levantamento fora da Galiza fijo com que este tomasse tintes anticentralistas, com a constituiçom da Junta Superior do Governo da Galiza e a inclusom do ideário provincialista coma um dos objetivos do pronunciamento.
Para saber sobre este feito histórico recomendamos o artigo de Ramón Villares “Da Frouseira a Carral. Sobre dous fitos da “simbólica galega” contido no livro Historias das historias de Galicia, editado por Isidro Dubert.
4. Banquete de Conxo (Compostela, 1856): foi umha jornada de confraternizaçom entre estudantes liberais, obreiros e artesaos que se celebrou em Conxo, paróquia que, na atualidade, pertence ao concelho de Compostela. O ato tivo umha grande repercussom e estivo vigiado polo exército, para evitar possíveis manifestaçons. Politicamente, foi umha celebraçom de signo democrático mas fai parte da memória do galeguismo. Em primeiro lugar, devido a que no Banquete participárom jovens que acabárom por serem figuras destacadas dentro do Rexurdimento da literatura galega no século XIX. Entre eles, econtráva-se Eduardo Pondal, que ocupou um lugar de honra dentro da celebraçom, ao realizar um brinde em verso. Em segundo lugar, a simpatia do galeguismo cara ao ato explica-se polo apoio e presença de inteletuais provincialistas no mesmo. Isto nom é algo estranho, se temos em conta que a relaçom entre os líderes provincialistas e os membros da oposiçom ao regime isabelino foi bastante estreita.
Para saber mais sobre o contexto político do Banquete de Conxo recomendamos o livro de Justo Beramendi De Provincia a Nación. Historia do galeguismo político, editado por Xerais.
5. A greve das cigarreiras (Corunha, 1857): foi um conflito laboral protagonizado polas empregadas da Fábrica de Tabacos da Corunha, a qual constituía o principal centro fabril da Galiza da época, com milheiros de trabalhadoras em nómina. Este protesto tem sido sinalado como a primeira greve de mulheres da história da Galiza. A sua convocatória foi possível graças à tradiçom combativa das trabalhadoras da fábrica e começou por consequência da introduçom de maquinaria por parte dos responsáveis da empresa. As obreiras sabiam que os avanços tecnológicos nom iam repercutir na melhora das suas condiçons, senom que iam causar despidos e um pioramento da sua situaçom laboral, que era já tremendamente precária. Neste contexto, apostárom na destruiçom das novas máquinas.
As práticas de ruptura de maquinaria (denominadas ludistas) fôrom tradicionalmente descritas como explossons pontuais de violência sem visom estratégica. Dita interpretaçom considera-se errada, graças aos trabalhos de historiadores como E.P Thompson, que pugérom de manifesto a sua utilidade para conseguir numerosas melhoras laborais. De facto, a revolta das cigarreiras adiou a introduçom da maquinaria durante mais de 30 anos e logrou que se introduzissem modificaçons nos critérios de contrataçom em base às demandas das grevistas.
Para saber mais sobre a greve das cigarreiras recomendamos o livro de Luís Alonso Álvarez As tecedeiras do fume. Historia da Fábrica de Tabacos da Coruña, editado por A Nosa Terra e também o livro Os conquistadores modernos. Movemento obreiro na Galicia de anteguerra, coordenado por Dionisio Pereira e editado por A Nosa Terra.
6. Domingo Fontán Rodriguez (Portas, 1788 – Cuntis, 1866): ilustrador, matemático, político e geógrafo galego. Foi autor do primeiro mapa topográfico, elaborado com métodos científicos, da Galiza e de estado espanhol. A carta geométrica da Galiza, rematada em 1834, resultou um passo fundamental na construçom dos primeiros símbolos nacionais do nosso país. Ademais, serviu de base para o desenvolvimento económico galego, facilitando, no futuro, o desenho da rede de estradas e caminhos de ferro por todo o território.
Para saber mais sobre Domingo Fontam recomendamos visitar a página do Conselho da Cultura galega, concretamente: “Domingo Fontán. O home que puxo a Galiza no mapa. Consello da Cultura Galega”: http://consellodacultura.gal/especiais/domingo-fontan/ [Última visita: 29/03/2021]
7. Rosalia de Castro (Santiago de Compostela, 1837 – Padrom, 1885): é considerada a poeta nacional da Galiza. Foi a escritora mais relevante do Rexurdimento e cultivou a poesia, a narrativa e, em ocasions, o jornalismo. Ao longo da sua vida tivo que se enfrentar conflitos derivados do facto de ser umha mulher que tentava dedicar-se à escrita profissional. Sensível ao contexto do seu tempo, na sua juventude travou relaçom com o “Liceo de la Juventud de Compostela”, lugar de encontro para a intelectualidade provincialista, cujos membros participárom na organizaçom do Banquete de Conxo.
Para saber mais sobre Rosalia de Castro recomendamos visitar a página do Conselho da Cultura Galega, concretamente: Rosalía de Castro 1837-1885: http://consellodacultura.gal/album-de-galicia/detalle.php?persoa=784 [Última visita: 29/03/2021].
8. Daniel Rodríguez Castelao (Rianjo, 1886 – Bos Aires, 1950): escritor, debuxador e político. Castelao é um dos principais referentes na história do nacionalismo galego. Foi ideólogo da revista Nós e líder do Partido Galeguista na Segunda República espanhola. No momento do golpe de Estado de 1936 era deputado nas Cortes, em Madrid. O seu esforço durante a Guerra Civil permitiu o aprovaçom do Estatuto de Autonomia da Galiza, em 1938 nas Cortes de Montserrat. Após a derrota republicana, exiliou-se e finou em Bos Aires em 1950.
Para saber mais sobre Daniel Rodríguez Castelao recomendamos o livro de Miguel Anxo Seixas Seoane Castelao. Construtor da nación, editado pola Editorial Galaxia.
9. Joám Jesús Gonçalves (Cuntis, 1895 – Compostela, 1936): escritor, político e advogado. No ano 1932, fundou a Uniom Socialista Galega, organizaçom que tivo umha vida breve e um êxito eleitoral limitado, mas que cumpre ser lembrada como o primeiro partido político nacionalista e marxista da história da Galiza. A vida de Joám Jesús Gonçalves acabouo 12 de setembro de 1936 frente a um pelotom de fuzilamento. Previamente fora condenado a morte por um tribunal militar após o Golpe de Estado de 1936, acusado de traiçom por participar na defesa da legalidade republicana em Compostela.
Para saber mais sobre Joam Jesús Gonçales recomendamos o documentário O canteiro de Sebil https://www.youtube.com/watch?v=mYgKnFVIdIs&t=1420s [Última visita: 27/03/2020].
Para aproximar-se ao galeguismo na Segunda República espanhola e à relaçom entre marxismo e nacionalismo recomendamos o livro de Justo Beramendi De Provincia a Nación. Historia do galeguismo político, editado por Xerais.
10. A 1º sociedade de lavradores (Pontevedra, 1896): a primeira sociedade de lavradores constituiu-se na paróquia pontevedresa de Lérez e supujo um salto qualitativo com respeito aos jeitos de organizaçom labrega presentes até o momento. É, portanto, umha data destacada dentro da história do Agrarismo, um momento social que se desenvolveu em Galiza desde o último terço do século XIX até o golpe de Estado de 1936. O Agrarismo apareceu como resposta à crise agrária de finais do século XIX e conseguiu organizar milheiros de labregas e labregos por todo o país. As suas demandas respondiam a problemáticas seculares (como a sobrevivência dos foros) mas também contemporáneas. Neste ponto, tem especial releváncia a sua postura librecambista. Assim, opunham-se às medidas protecionistas aprovadas polo Estado espanhol, devido a estas buscavam proteger os interesses das regions do latifúndio cerealista, sem terem em conta os interesses agrícolas e gandeiros da Galiza. Além desta vertente política, as sociedades agrárias permitírom introduzir avanços técnicos no agro galego que levárom a umha melhora geral das condiçons de vida no país.
Para saber mais sobre o Agrarismo recomendamos o livro O Agrarismo de Miguel Cabo Villaverde, editado por A Nosa Terra.